“O que você aprendeu, quando sentiu o vento no seu rosto pela primeira vez?
Quando o calor do primeiro amanhecer tocou a sua pele?
O que você perdeu, quando a primeira flor murchou e o primeiro mar secou?
O que você levou consigo e o que você deixou para trás?”
– Lágrimas dos Kotturuh, do Nono Livro da Espiral Carmesim (autor desconhecido) –
Bem amigos desse fandom, chegou a hora e a vez do Nono estrear em Time Lord Victorious. Monstrous Beauty é a HQ em 3 partes da Doctor Who Magazine, estrelando Nono e Rose numa viagem de volta aos Tempos Sombrios. O argumento é de James Goss, roteiro de Scott Gray, arte (maravilhosa) de John Ross, cores de James Offredi e letras de Roger Langridge.
Pobre Rose… só queria ir visitar o primeiro carnaval no Rio de Janeiro e acabou num lugar desolado, com o Doutor reclamando que não é ele que se perde, mas sim a Tardis…
Mas há algo de estranho no ar, porque o Nono está literalmente tremendo e pede pra ir embora – eles estão a cinquenta metros da Tardis. Rose diz que refere ficar mais um pouco, já que o lugar é diferente, como se não tivesse sido terminado, com poucas estrelas no céu.
No quadro seguinte temos uma nave na órbita desse planeta, detectando a presença do Doutor e de Rose, e desce para investigar. Falando em investigação, Nono e Rose descobrem que o planeta possui uma mina, completamente silenciosa graças a abafadores sônicos, para não atrair atenção. Dá nem tempo do Doutor terminar o raciocínio, pois a dupla é teleportada para dentro da nave e recepcionada pela comandante.
O Doutor tenta dar um migué com o papel psíquico, mas a comandante só vê um papel em branco, que fica muito poota e diz que se ele continuar com brincadeira vai tomar um tiro de staser – e a ficha do Doutor cai e ele se apresenta apenas como um viajante. A comandante leva os dois até um laboratório e pede ao Medicus Androkan que faça uma análise do sangue; o médico fica meio contrariado, dizendo que eles podem contrair alguma doença e poluir a santidade genética deles…
Análise feita, o Androkan atesta que os dois têm origem alienígena, e que são de espécies diferentes. Rose quer contar a verdade, mas o Doutor fala que não. Androkan fica fascinado com a genética do Doutor e pede mais explicações, e quando ele se recusa toma um tabefe da comandante. O cientista se revolta com a violência e discute com a comandante, que passa a ameaçar Rose.
Nesse momento as sirenes começam a soar, informando uma invasão, e a comandante é chamada: os sonares captaram um eco grande, e ela pergunta se grande o suficiente para ser uma Nave-Caixão.
Ah sim, esqueci de um detalhe: nessa hora nós finalmente ficamos sabendo o nome da comandante. RASSILON. (Nessa hora eu já tava WTF?!?!?! – e ainda não estamos nem no meio da coisa toda). A comandante pede para que Gallifrey seja avisada e deixa um soldado tomando conta do Doutor e de Rose.
O Doutor se solta das algemas com a ajuda da sonic, dá um murro no soldado e liberta Rose. Androkan aparece e o Doutor explica que não é parte do ataque; o cientista acredita. Nosso Team Tardis foge o mais rápido que pode e finalmente ele explica que não pode estar ali porque aquela é a história dele, mas que aquele ainda não é o povo dele, porque aqueles gallifreyanos ainda não são Senhores do Tempo.
Ele acrescenta que ali são os Tempos Sombrios e que eles não deveriam estar ali de jeito e maneira, a Tardis não deveria ter a habilidade de pousar ali, e que todo o conhecimento dele dessa época vem de contos de fada – e que todos eles são absolutamente horríveis.
Rose pergunta quem os está atacando e o Doutor explica que são cucurbites, “naves espaciais vivas, movidas a sangue. Eles podem se agregar aos milhões! Eles podem beber espécies inteiras, mundos completos, até secar”. Menina Rose é menina esperta e faz logo a ligação:
“- Quer dizer… tipo vampiros?
– Eu quero dizer exatamente como vampiros. E eles não são os únicos.
– Espera aí, vampiros não são reais!
– Aqui eles são. Os Tempos Sombrios criaram horrores que deixaram ecos pelo resto da eternidade!”
Deu nem tempo de Rose se acostumar com a ideia de vampiros. Um morcego gigante a sequestra. Enquanto isso, o Doutor resgata uma nave de apoio gallifreyana que foi abatida. Ele se lembra das histórias, de que os cucurbites navegam via som, e com a ajuda da sonic ele transforma o motor da nave num mega amplificador e derruba as naves.
O Doutor retorna ao laboratório procurando por Androkan e pedindo que o velho cientista o ajude a recuperar a Tardis e Rose. Androkan explica que é ele quem precisa da ajuda do Doutor, para saber mais sobre os seus padrões genéticos.
“– Então é assim que os médicos por aqui agem? Você só vai salvar uma vida se tiver algo em troca?
– Você não ouse me julgar! Eu andei sobre montanhas feitas do meu povo, todos eles parados, perdidos para sempre. É obsceno! Qualquer chance que eu tenha de mudar isso, eu a usaria, não importa a que custo!
Me… me desculpe. Essa guerra com a Aliança Vampírica… ela está cobrando um preço. Nossa exposição ao Derradeiro… isso nos mudou enquanto povo.
– O Derradeiro?
– Talvez você use outro nome. É um conceito novo para nós; um que nós ainda lutamos para entender. Eu falo do Final, do Vazio… alguns o chamam de Morte.”
O Doutor diz que não pode consertar isso, mas que se Androkan o ajudar a salvar Rose eles poderão salvar outros também.
Corta pra Rose no cenário de Drácula do Bela Lugosi. Ela conhece o Frei Grystock, que poderia muito bem ter saído de um dos filmes da Hammer. Ele pergunta de onde ela é, e ela diz que é humana – ele fica cheirando a Rose como eu cheiro fruta na feira (e a gente sabe que nada de bom sai de cenas como essa). Grystock chama uma empregada e pede que ela vista Rose com algo branco – que é aquela espécie de toga branca que vemos nas artes promocionais de Time Lord Victorious.
De volta para o Doutor e Androkan, que vão tentar roubar uma das naves de combate da comandante Rassilon, mas ela já está lá dentro – e explica muito possessa da vida que instalou um alarme no laboratório para monitorar Androkan para o dia em que ele se rebelasse. O Doutor explica que só está tentando salvar Rose, e a comandante responde que está “tentando salvar a minha raça de aliens imundos como você” (ah, Rassilon, se você soubesse a verdade…). A Tardis está dentro da nave, e ela pergunta o que é aquilo.
Retomamos para Rose no castelo de Drácula, e para o melhor quadro da história. Rose pergunta para onde está sendo levada e Grystock responde que eles vão jantar com As Três Irmãs Loucas. Grystock explica que “a loucura delas é um dom… um estado divino que eleva suas mentes a um plano superior. Suas almas dançam com os Deuses do Caos”.

As Três Irmãs Loucas são três figuras fantasmagóricas que parecem personagens da Haunted Mansion, a atração dos parques da Disney. Elas se empolgam com a presença de Rose e se preparam para jantar – e o prato principal é a nossa companion predileta…
Fim de HQ. Ou melhor, fim dessa primeira parte.
Uau. Eu simplesmente não esperava uma história como essa – pra ser bem sincera, eu não sabia bem o que esperar, já que as informações eram super escassas. O que eu sabia era que o Nono e Rose iam parar nos Tempos Sombrios.
São tantas perguntas: a Comandante Rassilon e o Lord Presidente criador dos Senhores do Tempo Rassilon são a mesma pessoa? Ou a comandante é um ancestral dele?
Ficamos sabendo que os gallifreyanos ainda não são TimeLords, já que a Sociedade dos Senhores do Tempo só vai surgir lá na frente – e os estudos da Tecteum com a Timeless Child e regeneração são um dos pilares que formam a base dessa Sociedade. E a gente também fica sabendo que os gallifreyanos desconhecem o conceito de morte – os Kotturuh, pelo jeito, ainda não passaram por lá nessa altura da história. Seria a visita dos Kotturuh e o dom da mortalidade o estopim para a busca de um modo de driblar a morte?
E outra: se os Tempos Sombrios eram temporalmente trancados, qual o tamanho da cagada que o Décimo fez que permitiu que se viajasse de volta àquela época? E até onde a presença de uma das versões do Doutor lá, trombando com seu povo quando não devia, afeta o curso da história de Gallifrey?
Cada parte de Time Lord Victorious só aumenta a quantidade de perguntas que eu faço. E eu estou adorando!
A próxima parte de Monstrous Beauty vem na edição de outubro da Doctor Who Magazine. E a próxima parte de Time Lord Victorious está prometida para a newsletter da BBC do dia 23 – mas nada impede que tenha uma newsletter nesse meio.
Nos acompanhe, e às outras fan acc de Doctor Who no Brasil, na cobertura de Time Lord Victorious. E até a próxima!