Anteriormente… No fim de sua vida o Décimo Segundo Doutor enfrentou seu pior momento: perdeu seus amados companheiros Bill e Nardole em um confronto impossível com os Cybermen, e perdeu Missy para ela mesma logo depois.
Mortalmente ferido em batalha, ele não via razão para seguir em frente. Ele estava disposto a morrer para sempre.
Mas um encontro de virar o tempo com sua versão mais antiga, o Primeiro Doutor, o levou a retomar o desejo de seguir adiante – de começar de novo. É hora de mudar. De regenerar.
E o Doutor tem algumas coisas a dizer ao Doutor que virá.
Porque nas memórias de suas vidas passadas está a chave para um futuro brilhante.
Essa HQ é a número 0, uma espécie de prequel que se passa na cabeça do Doutor no momento da regeneração do Décimo Segundo pra Décima Terceira. Tanto que a cena inicial é Capaldão pegando fogo e regenerando – e em off, o narrador reclamando que mais uma vez o Doutor destruiu a Tardis por conta disso.
São 12 histórias curtíssimas, cada uma com no máximo 4 páginas. São pedaços de histórias, na verdade – começos, meios e fins, lembranças de aventuras que os Doutores passados e seus companions viveram. O mais legal é que a arte de cada história reflete o estilo de quadrinho que se fazia na época em que aqueles Doutores estavam no ar, então é também uma grande homenagem ao meio HQ.
– The Path Of Skulls: o Primeiro, Ian, Barbara e Susan estão na Tardis. Ian passa por um dos vários quartos, e é uma biblioteca imensa. Ele volta pra sala de controle maravilhado, falando que a Tardis é sensacional e o Doutor manda só um resmungo de “claro que é”.
A Tardis pousa em uma floresta, com um caminho. Eles seguem adiante e encontram uma caveira. Logo depois eles chegam a uma espécie de mirante. Ian e Barbara acham que é um local de sacrifícios, mas o Doutor fala que os crânios não têm sinal de trauma e que ali não há um altar. O último quadro abre para a visão de um vale. “As caveiras foram colocadas no caminho para honrar os mortos. Elas levam até aqui, que é, acredito, um lugar de grande valor espiritual… um lugar de renascimento e renovação, representado pelo nascer do sol”.
E enquanto todos sorriem com a explicação do Doutor, o narrador fala que a vida é feita de mudanças e renovações.

– Card Conundrum: o Segundo e Jamie estão numa praia observando algo que parece uma cruza de gafanhoto com carta de baralho em tamanho humano. Eles estão no meio de alguma aventura em que precisam capturar uma dessas criaturas. Em outro quadro, Polly e Bem estão na cidade fazendo a mesmíssima coisa. Quando Bem captura uma das cartas, ela automaticamente diminui de tamanho, até caber na mão.
Quando o Team Tardis se reúne, eles capturaram treze cartas. Eles chegam em um palácio que parece o da Rainha de Copas, e uma carta gigante diz que o Doutor precisa escolher. Como eles estão diante de um trono, dentre as treze cartas ele escolhe a da Rainha (ah, as sutilezas de Doctor Who) – e, como era a carta certa, a Tardis é devolvida e eles podem retornar.

– Invasion Of The Scorpion Men: já começa com o narrador comentando como o Doutor gosta de Londres. O Terceiro e Sarah Jane, a bordo da Bessie, avistam uma invasão alien. O Doutor se culpa, diz que deveria ter ouvido Rasputin. O Doutor diz que precisa de um lugar alto e Sarah Jane indica o prédio mais alto de Londres.
Uma vez lá dentro, um Homem-Escorpião aparece e tenta dar uma ferroada em Sarah. O Doutor está mexendo em uns fios com a sonic e finalmente amplificar o sinal, botando os escorpiões pra correr.

–
– Time Lady Of Means: o Quarto e Romana II estão em Nova Iorque, em 1985, espionando uma socialite enquanto ela faz compras – aparentemente usando um cartão de crédito psíquico interespacial roubado de um povo águia gigante.
Romana intercepta a socialite e começa a distrair a mulher, perguntando se elas não tinham se encontrado anos antes em um evento. Enquanto isso o Doutor bate a carteira da mulher e pega o cartão de volta.

O primeiro interlúdio é a Jodie já regenerada. “As pessoas irão lhe chamar de Treze. A Décima Terceira Doutora. Você não é, mas é assim que você vai ser chamada. Aqueles que sabem. Claro, treze costumava ser o fim da linha. Como as coisas mudam…”

– Ophiuchus: o Quinto, Tegan, Nyssa e Turlough estão em Gallifrey, mais especificamente na sala do Claustro da Matrix que contém os sliders (e que apareceram em Hell Bent). Eles estão procurando alguém chamado Ophiuchus e precisam descobrir porque o querem morto.
O Doutor chega a uma parede e percebe que é só um holograma. Ele entra na sala e descobre Ophiuchus lá; o homem diz que não é um renegado, só alguém que queria ajudar e os Time Lords não gostaram – ele usava uma máquina que canalizava suas regenerações para aqueles que não a tinham.
O Doutor, então, desconecta a máquina; energia de regeneração enche a câmara e Ophiucus regenera em uma mulher – e o Doutor a ajuda a fugir.
Nyssa diz que não sabia que os Time Lords podiam mudar de gênero. O Quinto explica que gênero é um conceito muito fluído, especialmente para os Time Lords.

– Virtually Indestructable: O Doutor e Peri estão sob ataque de satélites gigantes. Eles estão levando dentro da Tardis uma raça chamada Stena, que vem sendo perseguida por outra raça, chamada Haxeen – seres multidimensionais com a capacidade de entrar e sair do vórtex com facilidade.
Conversando com Peri sobre como sair da situação, o Doutor tem um insight e com a ajuda da Tardis descobre que os Stena são formados por algo que, para os Haxeen, é alimento. O Sexto, então, gera um sinal que emula a composição dos Stena e “alimenta” os Haxeen, fazendo com que eles não cacem mais.

– Crossing The Rubicon: o Doutor e Ace estão no meio de um assentamento de soldados romanos, em 49 a.C, quando Julio Cesar fez a travessia do Rubicão. O Doutor explica que eles estão lá porque em um dos livros de história que ele leu havia a informação de que Julio Cesar tinha um conselheiro e ele precisava investigar.
Ele se apresenta como Sptimus Doctus e pede para ver o conselheiro, que responde de dentro da tenda, à sentinela, que Septimus é um velho amigo, mais conhecido como Theta Sigma. Aparece, então, o Mestre.
O Doutor descobre que o Mestre envenenou Julio Cesar. Tudo para que seja ele, Mestre, quem comande a travessia do Rubicão, dominando o mundo. Logo depois de terminar de contar seu plano, Julio Cesar acorda e manda prender o Mestre; este pergunta como foi possível e o Sétimo responde que amanhã vai mandar uma mensagem para o General do passado para que tome cuidado.

– The Time Ball: o Doutor e Josie estão no porão de um navio tentando resgatar uma alien da raça Omsonii que havia sido capturada na África por uma das muitas expedições britânicas do século XIX.
Eles estão navegando pelo Tâmisa próximo a Greenwich. O Oitavo pede que Josie traga todos os instrumentos de navegação e com o telescópio ele vê uma nave Omsonii passando na órbita da Terra. Como todos os membros dessa raça tem um chip de teleporte implantado, o Doutor faz uma gambiarra para ativar o transmat e libertar a Omsonii.

–
– The Whole Thing’s Bananas: o War está atrás de Dorium Maldovar. Ele faz o véio azul gordo de refém e diz que eles estão de saída. Eles estão indo para as Fábricas de Armas de Villengard, que estão prestes a ser tomadas pelos Daleks – e o War precisa da ajuda de Dorium para destruí-las.
Dorium leva o Doutor pelos túneis de Villengard. Após pouco mais de 20 minutos de caminhada o War para e ativa uma bomba molecular de frutas, que vai vaporizar as fábricas e da chuva causada vão nascer plantações de bananas.
Os Daleks chegam, veem o bananal, e vão embora imediatamente. Dorium pergunta o que ele vai fazer agora, já que ele não tem mais emprego, e o Doutor fala que ele pode abrir um bar e servir daiquiris de banana.
(Deve ser a história com a maior quantidade de referências por metro quadrado dessa HQ).

Mais um interlúdio. Agora o desenho é a cena que o anel do Décimo Segundo cai do dedo da Décima Terceira. “A nova você. Com roupas que são muito grandes. Hmm, tão menor que o anterior. E botas desconfortáveis. Esse é o problema com a regeneração, você nunca sabe direito o que vai vir. Mas os tempos mudam, e eu também…”

– Return Of The Volsci: O Doutor, Rose e Jack estão no Japão feudal, tentando rebocar uma nave Volsci que caiu ali. As Volsci são uma raça só de mulheres guerreiras. Na nave que caiu estão 13 mulheres em hibernação. O Doutor as acorda, mas a nave está danificada e apenas uma sobrevive.
O Nono ajuda a sobrevivente, que está muito brava pela morte das irmãs e ameaça atirar nos dois exércitos de samurais lutando perto dali. O Doutor diz que ela não pode fazer isso, mas a Volsci diz que não vai deixar suas armas caírem na mão daqueles guerreiros e aciona a destruição automática da nave.
O Doutor pede para que ela não faça isso e diz que pode ajudá-la. Ele faz uma ligação da nave Volsci na Tardis e consegue dar a partida, rebocando a nave antes que os samurais cheguem.

– Nurse Who?: como usar xingamentos para contar a história da primeira mulher médica na Inglaterra, Elizabeth Garrett Anderson?
Cindy Wu vai atrás da enfermeira Anderson para salvar o Doutor. Ele foi envenenado durante uma incursão ao Museu Britânico atrás de uma bomba alienígena que foi confundida com um artefato grego. A bomba tinha um dispositivo de segurança que liberou um gás que derrubou o Décimo. E enquanto Cindy foi procurar ajuda, Gabby ficou tomando conta dele.
Elizabeth e Cindy chegam e a enfermeira toma um susto ao examinar o Doutor e descobrir que ele tem dois corações. Ela pede para que as garotas expliquem o que aconteceu nas últimas 72 horas e percebe que o Doutor teve uma reação alérgica, tratável quercetina – encontrada em chá, laranjas, tomates e alho. Dois dias depois o Décimo está recuperado e leva Elizabeth até a Sociedade dos Apotecários, onde a moça começa seus estudos de medicina.

– Without A Paddle: o Doutor e Alice estão de folga, quando o Décimo Primeiro olha para o céu e as estrelas formam a frase Hello Sweetie. Pelas coordenadas, River esá precisando de ajuda no planeta Hydron, um mundo aquático.
A Tardis cria uma bolha atmosférica ao pousar debaixo d’água, e River já vai entrando na bolha e agradecendo pela carona. O Doutor pergunta porque ela está sendo perseguida e um dos habitantes de Hydron explica que ela foi pega tentando roubar o Remo Sagrado. O Doutor pede para examinar o objeto, e o hidroniano pergunta por quê ele deveria confiar no Doutor – e ele explica que deve haver lendas sobre ele, Amy e Rory salvando aquele lugar.
O Doutor pede para River pedir desculpas, e ela coloca algo no bolso dele. A arqueóloga se faz de arrependida e volta com Alice pra dentro da Tardis. Já em segurança, ela tira do bolso do Doutor um pedaço de renda que forrava o pedestal onde ficava o Remo Sagrado – tal renda é feita de uma substância muito rara e, portanto, valiosa.
Alice continua sem entender porque se dar a tanto trabalho por conta de um pedaço de renda e River explica que aquele é o presente de 13 anos de casados. O Doutor pergunta quem faz aniversário de casamento e ela manda o famoso spoilers.

– Harvest of the Daleks: o Doutor e Bill estão em Gosligi’s Branch, quando uma nave Dalek aparece e começa a recolher as crianças em terra via transmat. A dupla também é pega e transportada para a nave. Lá, eles têm a ajuda de Emily para tentar descobrir como sair de lá. Ele tenta os óculos sônicos, tenta fazer imitar a voz dos Daleks com um pente e até apertar o botão.
Por fim, ele consegue abrir a porta usando Kaled como senha, devolve Emily para a mãe e segue em frente na Tardis com a Bill.

As duas páginas seguintes são os desenhos da Jodie se vendo na tela do computador e o aviso de defeito. “Sim, eu acho que eu estou pronto agora. Mas eu gostaria de saber: você está? Quer dizer, eu só posso falar sobre o que eu faria se eu fosse você. Se eu fosse você… mas é claro que eu sou você. Nós provavelmente estamos caindo. Nós geralmente estamos a essa altura… fique calma. Só uma pergunta… você por acaso sabe pilotar essa coisa?”
E a cena final é menina Jodie vendo o horizonte… “Engraçado as coisas em que se pensa quando olhamos para algo belo… cada momento através do tempo, cada ser senciente teria uma reação diferente àquele momento. Porque cada um é único. Cada um tem seus próprios medos e memórias, esperanças e intolerâncias. Eu não sei o que o futuro me espera. Mas eu vou lhe dizer o seguinte… vai ser sensacional!”
