Doutor Quem – Gatilho, problemas com purê e retornos

Olá, Rubians!

Os ADM 8 e 12 tomaram o controle do Puxadinho para opinarem em uma polêmica culinária: cachorro-quente com ou sem purê? Brincadeira. A ADM 1 nos mataria.

Ouvimos o terceiro áudio da 1ª temporada do audiodrama rubian mais brasileirinho do nosso fandom: Doutor Quem – Gatilho! E é claro que iremos conversar e expor as nossas opiniões sobre esse projeto brazuka que nos encanta, mesmo apresentando polêmicas – fizemos também a resenha dos demais áudios, você pode conferir aqui e aqui.

Repetiremos o esquema da resenha anterior, onde cada ADM dará a sua opinião sincera sobre a obra*, do seu jeitinho mesmo. Então pegue um lanchinho e se segure firme porque a crítica já vai começar.

* A opinião de cada ADM é individual. Ela não representa o Puxadinho como um todo.

“Sim, mestre Odin!” – Por ADM 8.

Olá Rubians, tudo bem com vocês?! Como é minha estreia aqui no site, uma breve apresentação se faz necessária. Quem assume o teclado agora é o ADM 8, o mais jovem do Puxadinho, com seus 18 aninhos! (Nota da ADM1: não é). Apresentações feitas, vamos ao que interessa: bora falar sobre Doutor Quem!   

Se você caiu de paraquedas nessa resenha e não faz ideia do que seja Doutor Quem a gente te explica! Trata-se de um projeto de audiodramas que teve início no decorrer do ano passado, feito totalmente por fãs, que narra aventuras inéditas do Doutor e sua trupe em solo tupiniquim. É realmente uma ideia bem legal e que merece ser abraçada por todos que gostam de Doctor Who.

Em “Gatilho”, terceiro audiodrama publicado, nosso querido Doutor e seus companions — Rosa e José, rastreiam um sinal que os leva até São Paulo, 2008, onde acabam descobrindo sobre o desaparecimento de Wilfredo Martins, participante recém eliminado de um reality show promovido pelo magnata da tecnologia, Odin Vindktus. Afetado pela transmissão, o Doutor passa a sofrer com uma forte enxaqueca e decide ir até uma das fábricas do Sr. Odin em busca de respostas e é a partir daí que a história começa a se desenrolar.

A trama principal é boa e traz de volta alguns personagens conhecidos dos fãs. É também bem ambientada, mas no geral acaba sendo prejudicada por alguns fatores, dentre os quais dois em especial: 

O primeiro é o desbalanceamento no nível das atuações. Enquanto algumas vozes soam bastante naturais nos personagens, outras soam inexpressivas ou mesmo muito forçadas, o que dá um ar caricato e acaba prejudicando a imersão. Não dá pra exigir que todos tenham atuações profissionais, mas um carinho a mais no momento de definir o casting e ajustar as vozes aos personagens pode fazer uma diferença no produto final e engrandecer o roteiro.

Outro fator é o estilo de humor adotado. Ao longo do audiodrama fica claro que a responsabilidade pelas falas cômicas recai sobre o José, Rosa e Lúcia. Lúcia é a repórter investigativa que se junta ao grupo no decorrer da história. Não vejo problema algum em atribuir essa responsabilidade aos companions, o que me desagradou na verdade foi o uso de um estilo de humor muito peculiar e que estamos acostumados a ver em programas como A Praça é Nossa ou o antigo Zorra Total. São piadas forçadas, recorrentes e em sua maioria sem graça.

Já a ambientação é bem fiel e em nenhum momento o ouvinte chega a duvidar de que a história de fato se passa no Brasil. De chamada de novela, engarrafamentos de trânsito, bandas e músicas que fizeram sucesso na época e até a eterna polêmica do dogão com ou sem purê estão presentes. Somente em um ou dois momentos o som ambiente se sobressai e atrapalha a compreensão de algumas falas. Algo compreensível em razão das limitações enfrentadas e que no contexto geral não gera tanto impacto negativo na experiência.

Por fim, trata-se de uma produção independente que mesmo com seus erros ainda é um projeto muito promissor! Apesar do humor ruim e algumas atuações questionáveis, Gatilho nos entrega de forma gratuita mais uma aventura inédita baseada no universo de Doctor Who, com direito a uma surpresa no final e alguns bons personagens, como o carismático Odin Vindictus e Lúcia Lombardi, a repórter do Globo diário.

E não custa lembrar mais uma vez ao leitor que Doutor Quem é feito pelos fãs para os fãs, onde o maior orçamento disponível é o amor pela série. É um projeto recente, que está dando seus primeiros passos, e que certamente se aperfeiçoará com o passar do tempo! Com toda a certeza vale a pena ajudar nesse processo de desenvolvimento e aperfeiçoamento.

Deixem nos comentários a opinião de vocês, o que mais gostaram e o que acham que pode ser melhorado. Agora eu vou ali comer um cachorro-quente!

Sem purê! Fui! 

“O gatilho é do Doutor ou do ouvinte?” – Por ADM 12.

O ADM 8 insiste em ser charmoso com vocês. Mas bem, a ADM 12 prefere ser mais direta e apenas se apresentar com um: oi.

Não é incomum encontrarmos obras que se destacam ou se salvam apenas por um fator. Existem audiodramas com roteiros ou apenas ideias tão boas que nos fazem esquecer a edição superficial e/ou o trabalho de voz caricato. Tal como histórias horríveis que crescem nas vozes dos atores, daquelas que nos conquistam logo de primeira dada a emoção da fala. O mesmo ocorre com direção e produção, a coordenação de ambos eleva o material final.

Doutor Quem até que tenta achar um equilíbrio entre os fatores, mas a desarmonia fala mais alto. O projeto samba entre positivos e negativos TÃO extremos que chega a ser impossível não se perguntar: puts, por que ninguém avisou? E se alguém avisou, por que não foi ouvido?

É claro que Doutor Quem se trata de um projeto de fãs para fãs, algo caseiro (brasileiro!), uma diversão extra entre tantos produtos do Universo Expandido (ao qual todo o Puxes ama, a ADM pontua). No entanto, ouvindo o audiodrama, fiquei me questionando a razão pela qual me sentia satirizada enquanto brasileira mesmo. Culpa do humor pastelão a la A Praça É Nossa ou dos diálogos tão mecânicos que transformavam as situações mais simples em estranhezas para mim?

O áudio começa de maneira promissora e até divertida. Conhecemos de cara um dos antagonistas da história, o misterioso bilionário Odin Vindiktus — interpretado por ninguém menos que Freddy Pavão, do querido site e podcast Doctor Who Brasil! (Um salve, DWBR!)

Não demorou muito para que toda e qualquer expectativa com a história acabasse. Em 15 minutos corridos já estava enjoada da dinâmica ruim entre o Doutor e seus dois companheiros — José e Rosa. Lidar com a interação forçada e monótona foi o maior desafio do consumo.

De um lado, um Doutor que tenta lançar uma frase de efeito a cada fala e só justifica a sua presença ao final do áudio. Do outro, um personagem com sotaque português incômodo e a super carioca Rosa, que ganha destaque apenas para criticar o purê no dogão paulista. A insistência nessa divergência gastronômica toma um tempo precioso que poderia estar sendo usado com… Algo que prestasse? Tipo, qualquer coisa mesmo.

As coisas parecem melhorar com a chegada da repórter, Lúcia. Uma personagem até interessante, mas que infelizmente acaba sendo prejudicada com a diferença do volume entre as faixas. Qualquer efeito, por mais simples que seja, acaba atrapalhando as falas. Aliás, a edição é um dos pontos onde há os dois extremos aos quais citei no começo. Há momentos onde você se surpreende com a qualidade dos efeitos e trilha, outros onde exageram (minha teoria pessoal é de que o exagero na edição é feito para minimizar a má qualidade das cenas).

A ideia central do famoso plano maligno de dominação humana *risada do vilão* da vez é bem interessante, não tem como negar. Mas de nada adianta, a ideia se perde entre os nós e remendos confusos que o roteiro traz. A preocupação pela presença dos homens cibernéticos não é transmitida ao ouvinte, não há a menor sensação de perigo pela situação que o Doutor e seus companheiros se metem. Na verdade, não sei se o audiodrama é capaz de causar qualquer sensação além de sono.

O final do áudio até que refresca a experiência, principalmente pelo ânimo que Pavão expressa ao interpretar um outro personagem, conhecido e ardiloso — não quero dar o spoiler. A coisa toda cresce e temos qualidade até o encerramento. Fim.

Bacana, né? Não.

A história não parece ser digna do final que carrega, parece faltar elementos e coisas que justifiquem de verdade. Temos ali, nos diálogos finais, uma situação bacana, intrigante e com a dosagem certa… Por que não temos esse padrão em todos os outros 50 minutos? Sério que a história se sustenta no retorno de um personagem conhecido, de um gatilho, e fica por isso mesmo? (Valeu, falou!)

Pontuo também que esse não é o único retorno que temos… Afinal, parte dos pontos criticados na resenha anterior TAMBÉM RETORNARAM. Então não é algo só da história, nem dos atores já que são diferentes dos anteriores. É culpa de quem organiza e direciona tudo.

É até decepcionante e chato ter que fazer uma resenha de algo que tinha potencial. Principalmente quando se trata de algo que vem de um projeto que tem tanta gente carinhosa em torno.

Escrevo na expectativa de que haja melhora — seja para os ouvintes por ainda apoiarem, aos atores não profissionais por tanto tentarem ou até aos fãs soltos que encontrarão o projeto e se assustarão com o caretismo.

E, ainda sobre o cachorro-quente: quanto mais coisa, melhor!

E vocês? Já conferiram o audiodrama? Contem pra gente o que acharam! Concordam com a visão de algum dos nossos adms?

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